O que seus filhos andam comendo?
Não é a primeira vez que uma pesquisa sobre o uso de corantes e conservantes em alimentos infantis e refrigerantes conclui que esses aditivos estão relacionados à hiperatividade e a distúrbios de comportamento em crianças suscetíveis. O consumo de corantes não é apresentado como a única causa da hiperatividade infantil, mas age como fator agravante.
Conforme divulgado pela revista científica “The Lancet”, o estudo encomendado à Universidade de Southampton (Inglaterra), pela Agência de Vigilância Sanitária da Grã-Bretanha, confirmou que alguns corantes artificiais ou a mistura deles com o benzoato de sódio (um conservante usado em sorvetes) provocam efeitos adversos em crianças, como a hiperatividade extrema.
No estudo, dois grupos de crianças tomaram bebidas com misturas de corantes e conservantes com alta e média concentração e um terceiro grupo tomou bebidas com placebos. Os efeitos observados no comportamento das crianças que ingeriram bebidas com corantes e conservantes foram de inquietude, perda de concentração, incapacidade para brincar com um só brinquedo ou completar uma tarefa. Notou-se que, sob efeito dos aditivos, as crianças tornaram-se distraídas e falharam em testes de atenção.
As desordens de atenção associadas a comportamentos de impulsividade e a dificuldades de concentração já são queixas frequentes nos consultórios pediátricos em todo mundo. Esses sintomas fazem parte do Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade – TDAH, e, normalmente, levam a um baixo rendimento escolar, provocam repetência, dificuldades de relacionamento e baixa autoestima.
Com base nas conclusões apresentadas no estudo, a Agência de Alimentos do Reino Unido (FSA, em Inglês) recomendou aos governos dos países integrantes da União Europeia que peçam às indústrias para banir, até o fim de 2009, seis corantes considerados suspeitos, que são: E110 (Amarelo pôr-do-sol), E102 (Tartrazina), E122 (Carmoisina), E124 (Ponceau 4R), E129 (Vermelho allura AC) e E104 (Amarelo quinolina).
Há países que alguns desses aditivos não podem ser adicionados a alimentos para crianças com menos de 3 anos e, em outros lugares, alguns desses corantes já são completamente proibidos.
Onde estão os corantes?
Eles estão em várias guloseimas industrializadas que as crianças adoram: sorvetes, bolos, doces, balas, salgadinhos de pacotes, etc Os corantes são, na maioria das vezes, artificiais e servem para dar cor aos alimentos, deixando, por exemplo, um iogurte de morango ou um refrigerante de laranja ganhar a coloração natural da fruta que imitam. Já o conservante garante a preservação do alimento por tempo determinado.
Sucos não naturais, shakes, refrigerantes, bebidas gasosas e espumantes são outros produtos onde se encontram esses aditivos.
O Instituto de Defesa do Consumidor - Idec - encontrou problemas na indústria brasileira em relação ao uso dos corantes, ao fazer uma pesquisa com quatro alimentos doces (sorvetes, balas, iogurtes e refrigerantes). Em alguns produtos, a embalagem não informava corretamente o tipo de corante utilizado, em outros, a quantidade de aditivos estava acima da permitida por lei.
Cada alimento pode conter até três tipos diferentes de corantes, mas alguns produtos tinham seis. Outro problema é que algumas indústrias não informam os nomes dos corantes, apenas os códigos numéricos. Elas alegam que a lei não exige o nome por extenso dos aditivos.
O que fazer para preservar a saúde das crianças?
As crianças adoram doces, sucos e sorvetes, mas o melhor é fazê-los em casa, onde a qualidade pode ser controlada. Refrigerantes e balas devem ser consumidos com cautela e eventualmente, assim como os petiscos industrializados. Na verdade, isso serve para os adultos também!
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