Que tal se transformar em uma mosquinha e voltar ao passado para assistir aos grandes momentos da História?
Por enquanto isso é coisa de ficção científica. Mas, por ora, dá para ser espectador e acompanhar a bravura, as fraquezas e as dificuldades dos grandes heróis da História, contada por historiadores e filmada por cineastas.
Esse é caso de “Xingu”, um filme do diretor Cao Hamburger. Ele mostra as aventuras, decepções e vitórias dos irmãos Villas-Bôas, três jovens na faixa dos 20 e poucos anos que atraídos pelo programa “Marcha Para o Oeste”, criado pelo governo de Getúlio Vargas nos idos de 1940, largaram empregos e comodidades da cidade para desbravarem o centro-oeste brasileiro.
Escondendo a identidade de jovens urbanos letrados, os irmãos se alistaram na expedição Roncador-Xingu e logo se tornaram chefes pelo discernimento, firmeza e sensibilidade que tinham nos momentos críticos, como os primeiros e difíceis contatos com índios que viviam completamente isolados e a conquista da confiança das tribos.
O filme é bastante interessante porque mostra as diferentes visões e interesses que o projeto de desbravamento do interior do Brasil Central abrigava. Enquanto para os militares a penetração na mata era uma questão de segurança nacional, de criação de pontos estratégicos para controle de fronteiras e dos recursos nacionais, para políticos, fazendeiros e latifundiários (donos de terras improdutivas) os diferentes interesses ficavam por conta do que chamavam de “desenvolvimento nacional”, o que incluía desde a construção de estradas interligando o país, passando pela distribuição de terras para agricultura e pecuária até a descoberta e extração de riquezas minerais.
E a mata e os índios? Quem se preocupava com eles e com o território que habitavam? Os irmãos Villas-Bôas atendiam perfeitamente ao interesse de todos enquanto mapeavam o território visitado, definiam pontos para pista de pouso e conquistavam tribos sem uso da violência. Mas, incomodavam quando defendiam a preservação das terras e da cultura indígenas e combatiam a idéia de “civilização” do índio, pelo menos naquele momento.
A aventura que era para ser temporária se estendeu por quarenta anos na selva. Além de desbravarem esse pedaço do país e ajudar os índios da região, os irmãos conseguiram convencer o governo a fundar um parque do tamanho da Bélgica: o "Parque Nacional do Xingu". O longa acompanha a grande luta pela criação do parque e pela salvação de tribos inteiras que transformaram os Villas-Bôas em heróis brasileiros.
Parque Indígena do Xingu
Criado em 1961 pelo presidente Jânio Quadros com o nome Parque Nacional Indígena do Xingu, foi a primeira terra indígena homologada pelo governo federal. Com uma área de mais de 27 mil quilômetros ao norte do estado de Mato Grosso, o parque abriga hoje cerca de 5.500 índios de 14 diferentes etnias.
Nesses mais de 50 anos de existência, o Xingu passou por diversas mudanças, acompanhando a evolução da história indígena no país. O Parque é considerado a maior e uma das mais conhecidas reservas indígenas do mundo.
Veja o filme e você terá uma visão dele. E pode esperar muita aventura! Ah, não se esqueça da pipoca!
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