No Brasil, os meses de junho e julho são marcados pela caça aos baloeiros que colocam em risco instalações industriais, como refinarias de petróleo, voos, matas, fios de alta tensão, pessoas e animais.
No outono, o perigo de incêndio é agravado pela menor umidade do ar, porém é quando aumenta a atividade baloeira, motivada por festejos do Dia do Trabalho, Dia das Mães e, sobretudo, pelas Festas Juninas.
Por conta dos inúmeros acidentes provocados por balões que caem acesos, esta diversão perigosa está proibida por lei desde 1998. Desde então, “é considerado crime fabricar, vender, transportar e soltar balões que possam provocar incêndios nas florestas e demais formas de vegetação, em áreas urbanas ou qualquer tipo de assentamento humano”. A pena pode ser de prisão ou multa, ou as duas coisas juntas.
Mesmo assim, muitos grupos de baloeiros se arriscam em produzir e soltar balões. Alegam que produzir balões é uma arte e minimizam os perigos, alegando que a maior parte deles cai apagada, contrariando as estatísticas oficiais que acusam que dois em cada três balões caem acesos.
Uma alternativa inteligente
Em vez de se rebelar ou infringir a lei, um grupo de baloeiros inteligentemente pesquisou uma alternativa que não causasse perigo de acidentes e pudesse assim garantir a sobrevivência da arte dos balões: o chamado balão ecológico.
Feito de papel de seda, bambu, barbante de algodão bastante fino, que se decompõe rapidamente na natureza, o balão ecológico não leva bucha de fogo. A fonte térmica (energia) usada para o balão se elevar é o sol.
Primeiramente, o ar interno do balão é aquecido com maçarico para que fique mais leve e suba para a parte superior do balão, que se eleva ajudado pelos raios solares irradiados sobre sua superfície externa. Por isso, na confecção, usam muito a cor preta, que retém calor.
Este balão pode levar de 10 minutos a duas horas no ar. Colore o céu e traz alegria tanto aos grupos que participaram da sua elaboração quanto aos que assistem, sabendo que eles não oferecem risco à natureza e aos homens.
É assim a vida. Enquanto umas pessoas teimam em impor sua vontade mesmo sabendo que sua atitude traz prejuízos a terceiros e a eles próprios, outros buscam uma solução que minimize os problemas para si e para os outros. Quem é mais inteligente?