Antes mesmo da folhinha de novembro desaparecer do calendário, já se anda às voltas com Papai Noel, com o brilho da sua roupa vermelha, contrastando com sua barba branca e suas botas e cinto pretos.
Os enfeites e a iluminação do Natal, anunciando sua chegada, rodeiam as árvores das ruas, os prédios, as janelas, as varandas e as lojas comerciais e trazem um novo rosto para a cidade. Um rosto mais humano. O lixo e as sujeiras urbanas perdem notoriedade, dando a vez para Papai Noel.
Todos se rendem à carinha e ao jeito dele. Velhinho, mas sem ranhetices, implicâncias e mau-humor. Aparenta sempre a disposição invejável de um menino matreiro que gosta de surpreender. Acho que ele malha o ano inteiro pra ter tanta juventude!
E o sorriso? Sempre acolhedor! Não é só para as crianças que ele olha com jeito generoso. Em todas as imagens de Noel pelo mundo a fora, a expressão de bondade e de alegria é o que mais cativa e encanta. Quem não quer ser olhado desse jeito? Parece que nos diz: “Já sei, já sei, o ano foi duro, mas tudo vai melhorar”.
Pena que dezembro passe tão rápido e demora tanto a chegar! É preciso esperar onze meses para compartilhar dessa fantasia e de tudo que ela emana. Por isso a pressa, quando dezembro se aproxima. Logo, logo, os preparativos começam.
A arrumação da árvore, da casa, do cardápio. Este é um mês do corre-corre, mas também de alegria, de bom-humor, de complacência. As pessoas ficam mais sentimentais e fraternas.
Apesar de tantos afazeres, as lembranças parecem que ficam nos rodeando, procurando uma brecha pra nos assaltar. Não as lembranças rancorosas ou amargas, mas as com gosto de saudade e de infância. É por isso que os corações ficam mais ternos.
Há muito tempo que já percebi que Papai Noel não vem só para as crianças. Vem também para os adultos. Só que pra gente grande, ele surpreende de forma diferente. Ele mexe de um jeito com o nosso coração que reflete na nossa consciência.
Como participar de uma mesa farta sem pensar nos que não têm nada? Como presentear filhos e netos sem lembrar das crianças sem brinquedos, sem livros de história e sem fantasias? De quantas comemorações e festas participamos durante o ano sem nos deixarmos tocar dessa maneira? Artimanhas noelinas...
É nessa época que ficamos mais sensíveis e atentos. Noel resgata a nossa solidariedade. Talvez por isso gostemos tanto dele! Ele nos faz lembrar que podemos ser mais generosos - uma lição que aprendemos quando crianças e que a realidade do dia a dia, a vida atribulada e corrida nos faz esquecer.
Alguns podem dizer que Papai Noel é apenas uma lenda que o mundo capitalista usa para estimular o consumo. Que seja! Também acho que de tanto o comércio explorar Papai Noel pode acontecer dele um dia ficar mal visto e não conseguir mais nos enternecer. Mas, por enquanto, ele ainda leva uma multidão a ser mais generosa em dezembro. Pena que dure tão pouco!
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