Dia a Dia

Escola integral é uma boa?

A  A  A     

 

Ter tranqüilidade para trabalhar enquanto os filhos estão na escola é o sonho de qualquer pai. Imagine pegar as crianças na escola à tardinha e ir direto para casa, sem se preocupar com o horário do inglês ou se o engarrafamento o fará perder a aula de natação. É esse o tipo de conforto que as escolas em tempo integral oferecem às famílias, a certeza de que o filho realizou uma série de atividades culturais e esportivas, além de assistir às aulas.

A coordenadora pedagógica Vera Rodrigues diz que escola em tempo integral para crianças é uma boa, já que a maioria dos pais trabalha fora e não tem como dar atenção aos filhos. “O que eles vão gastar com um empregado para tomar conta das crianças eles aplicam na escola. Essas escolas oferecem uma série de atividades, além das aulas normais e do suporte que a criança precisa para ser orientada nos estudos. A partir dos dois anos ela já consegue ficar o dia inteiro. Já os adolescentes que não foram acostumados a esse tipo de ensino vão estranhar muito se forem levados para uma escola assim. Eles possuem outros interesses e não conseguirão se adaptar”, explica.

Porém, Vera alerta que para a escola ser de boa qualidade ela precisa ter pedagogos, recreadores, nutricionistas, pediatras e orientadores pedagógicos, sem falar dos inspetores, professores, diretores e o quadro de funcionários que toda escola possui. “Como as crianças vão ficar o dia inteiro é preciso criar uma boa infra-estrutura para tudo funcionar bem. Na escola integral elas têm atividades esportivas, artísticas, fazem as refeições, têm professores de reforço e assistência médica pelo menos uma vez por semana. A escola tem que oferecer o que a família daria se o filho estivesse em casa. E, obviamente ela é mais cara, mas o investimento vale, porque a criança está nas mãos de profissionais”, diz.

Modelo da Europa e dos Estados Unidos

A coordenadora ainda acrescenta dizendo que no Brasil o número de escolas em tempo integral ainda é baixo porque nossa cultura é diferente da europeia e americana, que têm tradição nesse método de ensino. “Tentou-se fazer o ensino público em tempo integral, mas como não foi bem administrada, a escola virou depósito de crianças. As particulares que existem são de boa qualidade e a maioria vai até a 4ª série do ensino fundamental. Os adolescentes brasileiros não se acostumam a essa rotina intensa”, afirma Vera.

Ricardo Monteiro professor de história da 6ª série do ensino fundamental defende a escola em tempo integral, e como Vera, lamenta que no Brasil a experiência que se tentou fazer com as escolas públicas não tenha dado certo. “O ensino integral é de excelente qualidade e caro também. Pais que podem pagar não deveriam perder a oportunidade de matricular as crianças. Não por comodidade já que eles passam o dia inteiro fora, mas conscientes de estarem oferecendo o melhor. As turmas são reduzidas, a atenção é individualizada, elas aprendem línguas, tomam gosto por esporte desde cedo e algumas escolas têm aulas de artesanato, teatro e culinária. Bom seria se todos pudessem passar mais tempo na escola, conhecimento nunca é demais”, afirma o professor.

Pais devem observar a reação dos filhos

A professora de língua portuguesa da 3ª série do ensino fundamental Cláudia Souto Martins acredita que as escolas de turno integral são uma boa ajuda para pais sem tempo de monitorar os horários dos filhos, porém eles devem observar se a meninada não está muito cansada. “Como a escola passa uma série de atividades semanalmente, além das aulas, as crianças podem estranhar, ficar cansadas ou até mesmo chorar. Os pais precisam perceber se elas estão aceitando bem a rotina ou se esse tempo a mais na escola está prejudicando o rendimento delas. É aconselhável fazer uma tentativa e não obrigá-las a seguir esse ritmo intenso se não gostarem”, aconselha a professora.

Cláudia acha precipitado os pais matricularem crianças tão pequenas no período integral. “Elas são muito novas e algumas ainda usam fraldas. Apesar de a escola estar preparada para dar o suporte necessário, os pequenos estão acostumados com a família e sempre ficaram em casa, com babás ou avós. Quando vão para a escola pela primeira vez e passam o dia inteiro com pessoas que não conhecem podem estranhar muito. Se os pais não tiverem opção, o melhor é fazer uma experiência ou ir aumentando gradativamente o tempo dela no colégio”, indica.



compartilhe em: Twitter Facebook Windows Live del.icio.us Digg StumbleUpon Google

EDUCA

O seu portal de ensino online.

CONTATO

4002-3131

regiões metropolitanas

08002830649

demais regiões