Os percevejos de cama (ou “bed bugs”) são insetos minúsculos, sem asas, que, de barriga vazia, podem ser confundidos com pequenos pedacinhos de papel, porque têm o corpo achatado e fino. Quanto mais jovens, mais imperceptíveis. Só depois que se alimentam do sangue de suas vítimas é que adquirem um tom vermelho escuro e se expandem, chegando a uns 4 mm.
Esses parasitas vivem em lugares apertados ou frestas (de colchão, cortina, móveis e até em transportes públicos e cinemas). Alimentam-se preferencialmente de sangue humano, mas podem sobreviver até seis meses sem comer nada. Dependendo da disponibilidade de alimentação e ainda da temperatura, uma fêmea pode reproduzir de 200 a 400 ovos durante seu ano de vida.
Como os percevejos preferem climas temperados, esta é uma praga que tem se disseminado muito nos Estados Unidos e na Europa. Ela tem se expandido extraordinariamente devido à grande mobilidade do mundo atual.
Pelo movimentado fluxo de viajantes em trânsito, os quartos de hotéis acabam também abrigando estes hóspedes intrusos, que chegam na carona de alguns e embarcam na mala de outros, até causarem um estrago e serem descobertos.
Dormindo com o inimigo
O bed bug age como parasita noturno, já que odeia a luz. Assim, espera a escuridão para se alimentar, ou seja, atacar sua vítima quando ela está no melhor dos sonos, o que ocorre geralmente cedo pela manhã, quando ainda está escuro e quieto. Este percevejo não gasta muito tempo no hospedeiro, apenas o necessário para se alimentar, ou seja, cerca de 5 a 10 minutos. Durante a sua atividade ele exala um odor adocicado que estimula os outros percevejos “adormecidos” a buscarem também comida. Satisfeito, leva dois dias para um novo ataque.
Essas criaturas injetam no hospedeiro um anestésico de forma que sua picada não acorda a vítima. Picam qualquer região do corpo, apesar de terem preferência pelo rosto, pescoço, peito, braços e mãos. A picada destes insetos não transmite doenças, mas algumas pessoas têm forte reação alérgica localizada.
O desconforto sofrido pelas picadas é grande. Fisicamente as “mordidas” causam desde coceiras até erupções cutâneas, levando ao stress. Esteticamente, o inchaço é desagradável, principalmente quando se está viajando porque se quer sair e passear mais. Psicologicamente, ninguém fica imune ao fato de ter sido "comido vivo" por percevejos durante o sono, especialmente fora de casa, em um bom hotel!
Em geral, estes sintomas não são percebidos de imediato devido a forma silenciosa e camuflada que os percevejos vivem e atacam. As marcas são o primeiro sinal da presença deles, mas muitas vezes, no pique e animação da viagem, são pouco consideradas, permitindo que os percevejos façam novas investidas na noite seguinte.
Esta é uma das razões por que a população de percevejos tem tempo para se desenvolver antes da infestação ser percebida e de se considerar um tratamento. Uma outra razão é a associação equivocada de que a presença de bed bugs está ligada a locais de pouca higiene...
A única forma de se prevenir é ficar ligado. Se possível, antes de abrir a mala, fazer uma rápida inspeção nas frestas do colchão, cortinas e móveis do quarto do hotel. E, se acordar com alguma marquinha ou coceira, então, pode ligar o sinal de alerta! Não espere a segunda noite....