Convivendo com a Diferença

Racismo

Como ele pode limitar a ascensão profissional

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Como ele pode limitar a ascensão profissional

Há uma afirmativa muito comum em nosso país que afirma que o racismo por aqui não existe, pelo menos não com tanta intensidade como em outros lugares. Os defensores da ideia citam a miscigenação cultural e racial como ponto principal para sustentar o pensamento. Analisando situações cotidianas, rapidamente a ideia é destruída. Talvez o mais correto seria pensar que há uma imensa mistura de raças, mas ainda assim presenciamos atitudes dignas da época da escravidão.
O pior é constatar que mesmo entre os discriminados vemos episódios de preconceito, reforçando estereótipos e pintando tristes páginas de nossa história que já deveriam ter sido viradas há tempos. Não é raro ver, mesmo entre negros ou mulatos, piadas e apelidos pejorativos, o que vai muito além de "brincadeiras" entre amigos. O pensamento pode prejudicar até mesmo a carreira ou inibir seu início. Se os jovens compõem a imensa maioria dos desempregados, uma análise mais precisa constatará que os negros serão os mais prejudicados.

 

Negros ainda ocupam posições poucos nobres

Quando falamos sobre o mercado de trabalho, é comum ver sempre a diversidade sendo citada como diferencial competitivo, mas pouquíssimas empresas de fato se preocupam em dar oportunidades iguais e não se deixam contaminar por pensamentos discriminatórios. O Brasil é o país que concentra a segunda maior população negra do mundo. Entretanto, vê-se muitos poucos deles nos chamados empregos "elitizados" e nas universidades. Em postos de trabalho que exigem contato com consumidores, como caixas de banco, secretárias e garçons há nítida preferência por brancos. Por incrível e mais estarrecedor que possa parecer, os negros ainda carregam consigo a tradição de trabalhos manuais e braçais, uma herança da época da escravidão, ao passo que se pode dizer que os brancos também dão sequência às relações escravocratas quando não se percebem como privilegiados e adotam comportamentos racistas.

Dentro e grandes empresas, é comum encontrarmos funcionários com as mais diversas formações, etnias e religiões, e pensarmos no conjunto as relações são na maioria das vezes saudáveis. Entretanto, como em todo o resto da sociedade, o racismo se faz presente nas corporações e traz consequências graves para os envolvidos: além do trauma psicológico que afeta a autoestima, os negros em geral recebem salários menores, ainda que desempenhem funções semelhantes às dos demais colaboradores.

Diante do quadro, não é difícil pensar em paralelos com a época onde a escravidão ainda se fazia presente, legitimada, no Brasil. O racismo é uma forma velada de escravidão, com consequências psicológicas e danos ao indivíduo igualmente destruidores. Mais grave do que perceber que o fenômeno continua a fazer vítimas no Brasil é perceber que possivelmente ele será repassado para as próximas gerações.

A história brasileira é um exemplo vivo de como as misturas podem ser ricas e muito interessantes do ponto de vista cultural. Nas empresas não é diferente e a união de pensamentos e ideias pode ser um poderoso benefício para todos os envolvidos e para a própria organização. Basta apenas que todos dispam-se definitivamente de preconceitos.



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