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Vestibular indígena

Um passo importante para toda a sociedade brasileira.

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17/04/2015 · atualizado em 17/04/2015

O Dia do Índio foi uma criação do I Congresso Indigenista Interamericano, ocorrido no México, em 1940. Os nativos foram convidados para participar, mas infelizmente acostumados com as perseguições e traições, não comparecerem ao evento.

Alguns dias depois do início do congresso, os índios, convencidos da sua importância na luta pela garantia de seus direitos, resolveram comparecer. A partir de então, esse dia foi dedicado à comemoração do Dia do Índio, 19 de Abril. No Brasil, Getúlio Vargas reconheceu a data apenas em 1943, seguindo o exemplo dos outros países da América.

Colonização brasileira

Quando os portugueses chegaram aqui, a comunidade indígena tinha aproximadamente 3 milhões de nativos. Inicialmente, os portugueses mantiveram um contato amistoso com os nativos, uma vez que precisavam de sua força de trabalho para extrair o pau-brasil e de suas técnicas guerreiras para defender o litoral dos contrabandistas, principalmente franceses.

Ao longo do tempo, contudo, os milhares de índios foram escravizados, sobretudo durante a colonização do território.  Durante a dominação indígena, os portugueses utilizavam armas de fogo para dominá-los.

Os portugueses escravizaram os índios para forçá-los a trabalhar na lavoura canavieira e na coleta de cacau nativo, baunilha, guaraná, pimenta, cravo, castanha-do-pará e madeiras, entre outras atividades.

Cultura indígena

Quem pensa que índio é tudo igual, precisa rever seus conceitos!

Entre as sociedades indígenas, existe uma grande variedade de modos de vida, costumes, rituais e línguas – o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) registrou 274 línguas diferentes. Dados recentes do IBGE informam que no Brasil existem aproximadamente 817.963 mil índios, sobretudo nas Regiões Norte e Centro-Oeste, sendo representados por 305 etnias.

Recentemente, 85 índios se formaram na primeira turma de Licenciatura Intercultural Indígena, na Universidade Federal de Santa Catarina.

FUNAI

Inicialmente, foi criado o Serviço de Proteção ao Índio (SPI) pelo Marechal Cândido Rondon.  Entre as principais conquistas dessa época está a permissão dada aos índios de viver conforme suas tradições. Em 1967, o SPI foi substituído pela Fundação Nacional do Índio (FUNAI), que está subordinada ao Ministério da Justiça.

O principal papel da FUNAI é cumprir o que está determinado no Estatuto do Índio, o documento que regulariza a situação indígena. E, de acordo com esse Estatuto, sua educação, saúde e proteção devem ser garantidas pelo Estado.

Vestibular indígena

Durante muito tempo, os índios eram vistos como incapazes e por isso, precisavam de proteção do Estado.  No entanto, este modo de pensar mudou e as políticas indígenas passaram a ser discutidas com mais seriedade.

Um exemplo das novas conquistas são os vestibulares específicos para os índios que acontecem em diferentes universidades do Brasil. Recentemente, 85 índios se formaram na primeira turma de Licenciatura Intercultural Indígena, na Universidade Federal de Santa Catarina.

Segundo o pesquisador Gersem Baniwa, “a formação superior de indígenas reveste-se de importância estratégica também para a construção de espaços e experiências de convivência multicultural entre povos indígenas e a sociedade nacional, capazes de garantir harmonia, paz e tranquilidade sociopolítica, levando-se em consideração a conformação recente do Brasil como um Estado pluriétnico e multicultural.”

Este reconhecimento da cultura indígena e a transformação dela em um curso de graduação é um passo importante não só para os índios, mas também, para toda a sociedade brasileira. A luta ainda não acabou, entretanto, é gratificante perceber que há um avanço nas conquistas de espaço e direitos.



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