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Encíclica verde

Carta ressalta a preocupação do papa com o meio ambiente.

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23/06/2015 · atualizado em 23/06/2015

Os debates sobre poluição, mudanças climáticas, falta d’água, perda da biodiversidade e tecnologias são recorrentes em nossa sociedade. Hoje, com o crescimento das populações e a ausência de cuidado com o meio ambiente, a humanidade reflete sobre o futuro da própria espécie.

Com o objetivo de ampliar o interesse social e fomentar ações efetivas das empresas e países, o papa Francisco publicou recentemente a Encíclica Verde. Este documento, que em latim se chama Laudato si – tradução: Louvado seja, revela a opinião do chefe da igreja católica sobre as questões ligadas ao meio ambiente.

A seguir alguns tópicos destacados da carta:

Estilo de vida

O documento, publicado no Vaticano, traz um alerta e convida a sociedade para uma mudança no estilo de vida. "A humanidade está convocada a tomar consciência da necessidade de realizar mudanças de estilo de vida, de produção e de consumo". O pontífice faz uma crítica ao uso inadequado dos recursos naturais da Terra, responsabilizando "política e as empresas de não estarem à altura dos desafios mundiais", uma vez que fizeram "uso irresponsável dos bens que Deus colocou na Terra".

Aquecimento global

O papa afirma que a atividade humana é a principal responsável pelo aquecimento global. Em seus escritos, ele enfatiza que "inúmeros estudos científicos relatam que a maior parte do aquecimento global das últimas décadas se deve à concentração de gases do efeito estufa (dióxido de carbono, metano, óxido de nitrogênio e outros) emitidos principalmente por causa da atividade humana".

Dívida ecológica

O papa Francisco fez uma observação específica sobre os países ricos e falou da dívida ecológica. Na carta, ele relatou que as nações mais ricas não se preocupam com o meio ambiente. "A dívida externa dos países pobres se transformou em um instrumento de controle, mas não acontece o mesmo com a dívida ecológica (...) com os povos em desenvolvimento, onde se encontram as mais importantes reservas da biosfera e que seguem alimentando o desenvolvimento dos países mais ricos ao custo de seu presente e de seu futuro".

O pontífice faz uma crítica ao uso inadequado dos recursos naturais da Terra.

Privatização da água e Guerras

A carta destacou a visão do líder da igreja sobre a água.  Ele afirma que a água está ficando cada vez escassa, fomentando a preocupante ideia de privatização. “Enquanto a qualidade da água disponível está em constante deterioração, há uma tendência crescente em alguns lugares de privatizar este recurso limitado (...). Espera-se que o controle da água por grandes empresas globais torne-se uma das principais fontes de conflito neste século”.

Consumo e pobreza

"Ao invés de resolver os problemas dos pobres e de pensar em um mundo diferente, alguns se contentam em simplesmente propor uma redução da natalidade (...). O crescimento demográfico é totalmente compatível com um desenvolvimento integral e solidário. Culpar o aumento da população e não o consumismo extremo e seletivo de alguns é uma maneira de não enfrentar os problemas".

Lixo

"A Terra, nossa casa comum, parece estar se tornando mais e mais um enorme depósito de lixo."

Tecnologias

A excessiva valorização da tecnologia, presente nas diversas dimensões da nossa vida, foi duramente criticada pelo pontífice. "A tecnologia, ligada aos setores financeiros, que pretende ser a única solução aos problemas, é incapaz de enxergar os mistérios das múltiplas relações que existem entre as coisas e, consequentemente, resolve um problema criando um novo".

O papa demonstra a sua preocupação com vida, afirmando que “o antropocentrismo moderno acabou por valorizar muito mais a razão técnica em detrimento da realidade. A vida está sendo abandonada às circunstâncias condicionadas pela tecnologia, vista como o principal meio de interpretar a existência".

Diálogo para salvar o planeta

No entanto, vale ressaltar que a Encíclica Verde não é um documento direcionado apenas para os católicos, uma vez que as temáticas abordadas nesta carta são de interesse social. Este documento tem 200 páginas e foi norteado pelos conceitos de paz, respeito e educação.

Um dos alertas presentes no documento esclarece que "se a tendência atual continuar, este século poderá testemunhar mudanças climáticas inéditas e uma destruição sem precedentes dos ecossistemas, com graves consequências para todos nós". Por isso, o papa propõe o diálogo, independente de crenças, como uma forma de salvar o planeta.



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