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Educação infantil

Supervalorização das crianças pode fomentar o desenvolvimento de uma personalidade narcisista.

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13/03/2015

Você já parou para pensar que os elogios feitos aos filhos podem prejudicá-los? Uma pesquisa realizada pela Universidade do Estado de Ohio, nos Estados Unidos, levantou esta questão, afirmando que a supervalorização das crianças pode fomentar o desenvolvimento de uma personalidade narcisista no futuro.

O objetivo do estudo era identificar a origem do narcisismo e segundo as análises, este comportamento pode ter início na infância das pessoas. Para chegar a este resultado, os pesquisadores entrevistaram 565 crianças da Holanda, entre 07 e 12 anos, buscando saber sobre quanto amor e carinho elas recebiam de seus pais. Por outro lado, os pais foram questionados sobre quanto eles acreditavam que seus filhos eram mais especiais do que os outros coleguinhas. Os estudiosos esclarecem que a delimitação desta faixa etária infantil foi escolhida porque é neste período que os primeiros sinais de egolatria aparecem.

Ao analisarem as respostas dos pais e os comportamentos dos pequenos, os pesquisadores da universidade norte-americana concluíram que quando os responsáveis exageram nos elogios, as crianças têm mais tendência a serem narcisistas. Em linhas gerais, a egolatria pode ser definida como o culto e o amor excessivo de si mesmo.

Brad Bushman, coautor do estudo, enfatizou que "as crianças acreditam quando seus pais dizem que elas são melhores que outras. Isso pode não ser positivo nem para elas nem para a sociedade." Para ele, o ideal é dar apoio, amor e carinho para elevar a autoestima da criança, mas sem, inflar o ego delas. "Enquanto pessoas com autoestima elevada se sentem bem consigo mesmas e pensam que são tão boas quanto as outras, narcisistas acreditam que são melhores que os demais", afirmou Bushman.

Em linhas gerais, a egolatria pode ser definida como o culto e o amor excessivo de si mesmo.

Eddie Brummelman, autor da pesquisa, explicou que os pais não podem ser vistos como vilões, uma vez que eles pensam que estão agindo positivamente quando exageram nos elogios aos filhos. Para ele, “os pais podem expressar afeto e carinho para com as crianças. Sem dizer, porém, que elas são superiores ou têm direito a privilégios."

A origem do termo narcisista

Narciso, filho do deus rio-Cefiso e da ninfa Liríope, é um dos personagens mais famosos da mitologia grega, destacando-se por se dono de uma beleza singular. A mãe de Narciso se preocupava com a beleza admirável do filho e por isso, levou-o, ainda criança, até o sábio Tirésias que afirmou que o menino só teria uma vida longa se jamais olhasse a própria imagem.

Narciso cresceu cheio de cuidados, mas na adolescência a profecia de Tirésias se concretizou. Durante um passeio pelo campo, ele dirigiu-se a uma fonte de águas cristalinas que mostrou o seu reflexo.  Ao ver o seu rosto, o jovem Narciso ficou deslumbrado com a sua própria imagem e caiu de amor.

Obcecado, ele deixou de comer, dormir e ficava olhando incansavelmente para o seu rosto refletido no espelho d’água. Apaixonado por si mesmo, mas sem saber, Narciso desapareceu quando mergulhou nas águas límpidas para encontrar àquele reflexo que tanto amava. No lugar que ele morreu nasceu uma flor que as ninfas batizaram com o seu nome.

Elogios contextualizados

A pesquisa realizada pela Universidade do Estado de Ohio é significativa e traz elementos relevantes sobre a relação entre pais e filhos. Por isso, é importante que os responsáveis fiquem atentos e observem como as suas ações podem influenciar positivamente ou negativamente no comportamento infantil. Sendo assim, evite elogios mal intencionados, como exemplo, “você é um menino tão querido, então não implique com sua prima”. Elogios são bem-vindos e expressam apoio, no entanto, precisam sempre ser dosados e contextualizados.



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