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Educação Básica

Professores estão atuando em áreas diferentes da sua formação.

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11/04/2014 · atualizado em 11/04/2014

Os debates em torno da educação básica no Brasil são sempre complexos e norteados por fatores pedagógicos e institucionais. Uma pesquisa realizada pelo Movimento Todos pela Educação reforça esta afirmativa ao identificar que alguns professores do ensino fundamental e médio estão atuando em áreas diferentes da sua formação.

O estudo realizado com base no Censo Escolar, de 2013, apurou que 67,2% dos docentes que trabalham com alunos do 6º ao 9º ano do ensino fundamental não são licenciados na área. Ou seja, não possuem a formação específica para lecionar naquela disciplina.

Os dados da investigação são pontuais e revelam que 32,8% dos professores do ensino fundamental possuem diploma na área que ensina. Mais especificamente, os números indicam que entre os 1.354.840 docentes desse segmento apenas 444,127 têm a formação própria para instruir os alunos.

No ensino médio apenas 51,7% dos profissionais estão licenciados nas áreas que atuam.



A pesquisa ressaltou que Artes foi a matéria com o menor índice de professores que possuem o grau adequado para ensiná-la, visto que apenas 7,7% dos docentes apresentam essa formação acadêmica. Por outro lado, Língua Portuguesa foi a disciplina com o maior taxa, atingindo o número de 46,7%. As matérias Educação Física, com 37,7% dos professores formados, e Língua Estrangeira, com 37,6%, também apresentaram informações relevantes para o estudo.

No ensino médio o cenário não é diferente, uma vez que apenas 51,7% dos profissionais estão licenciados nas áreas que atuam. Em linhas gerais, neste segmento foram identificados que a grande maioria são os professores do Português, com 73,2%, seguidos pelos de Educação Física, 64,7%, e Matemática com 63,4%.

Formação Docente

Priscila Cruz, diretora-executiva do Todos Pela Educação, sinalizou que este problema de ausência de professores para atuarem nas áreas específicas existe porque poucos jovens se interessam pela carreira de professor.

Esta afirmativa de Priscila Cruz é pertinente e reforça os impasses políticos, econômicos e sociais que perpassam a formação de professores no Brasil. Os problemas de baixos salários, a desvalorização da ação docente e a falta de infraestrutura de algumas escolas são alguns dos obstáculos que existem entre o jovens e as faculdades de licenciatura no país.

O curso de licenciatura habilita o profissional para trabalhar na função de professor da educação básica. Neste curso o estudante além de estudar as matérias próprias do seu campo do conhecimento aprende também nas disciplinas pedagógicas as características do trabalho  em sala de aula. Entre as disciplinas pedagógicas podemos citar, por exemplo, Avaliação da Aprendizagem, Currículo e Planejamento.

Não é novidade que a formação de professores no Brasil em todos os seus segmentos, ou seja na Educação Infantil, Ensino Fundamental,  Médio, Técnico e Superior, passa por um hiato no que se refere a sua efetiva qualificação. Para diminuir esses impactos programas do governo, com bolsas de estudo, são desenvolvidos com o objetivo aumentar a presença de futuros professores nas faculdades. E, mesmo com tantos problemas estruturais, de metodologia,  administração e renumeração em muitos casos tais dificuldades se tornam pequenas quando o desejo e o orgulho de ser professor prevalece.
 



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